quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Invenções Brasileiras em Nanotecnologia

Língua eletrônica - PI0103502
Luiz Henrique Capparelli Mattoso, Luiz Antônio Riul Júnior, Fernando Josepetti Fonseca, David Martin Taylor, Sarita Vera Mello, Everaldio C. Venâncio (Embrapa)
Quando mergulhada em um líquido, a língua eletrônica é capaz de determinar seu sabor. Os sensores (pequenas placas brancas) interagem com a bebida e geram sinais elétricos que são transmitidos e interpretados por um computador

Droga inteligente para o tratamento de câncer - PI0405573
Antonio Claudio Tedesco e Daniela Manfrim Oliveira (FFCLRP/USP)
Um novo fármaco criado na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP é o primeiro a combinar um agente fotossensibilizador e um fluido magnético na terapia fotodinâmica do câncer. A substância desenvolvida pela química Daniela Manfrim Oliveira tem maior eficiência na destruição de células de tumores, baixa toxicidade e leva menos tempo para ser eliminada pelo organismo. O fármaco deverá estar disponível para uso clínico em 2011.

Lipossomas ph sensível - PI0306774, PI0503479
Mônica Cristina de Oliveira / Gilson Andrade Ramaldes / Míriam Teresa Paz Lopes / Fernanda Pires Vieira / Théa Luciana Mesquita / Vanessa Jóia de Mello (UFMG)
A professora Mônica Cristina de Oliveira, do Departamento de Produtos Farmacêuticos da Faculdade de Farmácia dedica-se à inovadora tecnologia dos lipossomas - nanoestruturas constituídas por lípedes, semelhantes às células humanas, que podem transportar fármacos preferencialmente para as regiões do organismo afetadas pela doença. Essas estruturas são produzidas em laboratório, com matéria-prima sintética, ou extraídas da soja e do ovo. Mônica Cristina conta que a associação com a indústria permitiu que a pesquisa tivesse acesso a cerca de R$ 800 mil.

Nanorevestimento bactericida - PI0600327-3
Gustavo Simões (Nanox)
Um revestimento bactericida formado por nanopartículas de cerâmica e prata para aplicação em reservatórios de bebedouros e purificadores de água foi desenvolvido pela Nanox Tecnologia, com sede em São Carlos, no interior paulista. A empresa, que conta com apoio do programa Pesquisa Inovativa na Pequena e Micro Empresa (PIPE) da FAPESP, desenvolveu a invenção em parceria com pesquisadores do Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos (CMDMC), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) da fundação paulista.

Biphor - PI0403713, PI9500522
Fernando Galembeck (Unicamp)
Pesquisa com fosfatos, iniciada em 1989 pela equipe do Instituto de Química da Unicamp coordenada pelo professro Fernando Galembeck, resultou no Polifal, um pigmento para a produção de tintas bem mais barato que os utilizados atualmente. O projeto contou com a parceria da empresa Serrana Mineração e da Albri Tintas.

Curativo inteligente à base de PVP (polivinilpirrolidona)- PI0902080
Luiz Henrique Catalani
A presente invenção apresenta uma estrutura composta de micro e/ou nanofibras, tramadas na forma de um tecido e/ou não tecido por meio de eletrofiação de um sistema polimérico como solução, dispersão ou fundido polimérico e posterior reticulação para a obtenção de um hidrogel; em que as micro e/ou nanofibras contêm incorporados nas mesmas agentes ativoscom forte ação bactericida, bacteriostática e fungicida na forma de nanopartículas metálicas e enzimas proteoliticascomo componentes ativos incorporados nas mesmas que atuam no desbridamento dos tecidos desvitalizados.

Processo de obtenção de nanofibras - PI0806183
Rosario Elida Suman Bretas (UFSCar) e Rhodia
Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) solicitaram pedido de patente ao INPI por terem desenvolvido nanofibras por eletrofiação, técnica que possibilita a obtenção de fibras com superfície de contato muito maior do que as produzidas normalmente. Nanofibras têm diâmetros de bilionésimos de metro, milhares de vezes menores do que uma fibra têxtil comum.

Sistema automático de controle de iluminação
Evando Santos Araújo, Helinando de Oliveira (Unicasf)
O vidro da janela muda de cor e fica opaco à medida que a temperatura do ambiente aumenta. Se o tempo esfriar, ele torna-se transparente de novo. Longe de ser só um truque, a janela inteligente é o primeiro produto tecnológico desenvolvido pela Pós-Graduação em Ciência dos Materiais, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Juazeiro. Batizado de sistema automático de controle de iluminação (Saci), o protótipo permite controlar a transparência do vidro pela variação de temperatura.

Tecido antibacteriano
Oswaldo Alves, Nelson Durán, Priscyla Marcato (Unicamp), Gabriel Souza e Elisa Esposito (UMC)
A receita para a produção de um tecido antibacteriano acaba de sair de laboratórios brasileiros. Os ingredientes são uma cultura de fungo, um sal de prata e um tecido de algodão. Manipulando os três produtos, será possível criar roupas eficazes no combate à infecção hospitalar, diz um grupo de cientistas. "Existe mesmo um grande potencial de aplicação desse tecido para a confecção de uniformes profissionais para ambiente hospitalar a partir desse trabalho", disse à Folha Oswaldo Alves, químico da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) que participou da invenção. Além dele, participaram do desenvolvimento do tecido antibacteriano Nelson Durán e Priscyla Marcato dupla também da Unicamp e Gabriel Souza e Elisa Esposito, ambos da UMC (Universidade de Mogi das Cruzes).

Superfícies metálicas nanoporosas
Antonio Nanci
Com coordenação canadense e contribuição brasileira, uma equipe internacional multidisciplinar está desenvolvendo novas estratégias para o tratamento químico de superfícies metálicas que poderão, no futuro, ter aplicações em implantes médicos e dentários, minimizando a rejeição de próteses metálicas pelo corpo humano. O estudo, publicado na revista Nano Letters, parte das recentes descobertas no campo da nanotecnologia e utiliza a modificação química para produzir metais com superfícies inteligentes, capazes de interagir positivamente com as células e ajudando a controlar a reação biológica.

CDs de calcogenetos
Younés Messaddeq (Unesp)
A pesquisa começou com uma tese de doutorado sobre as propriedades dos calcogenetos, material que parece um vidro muito resistente, e evoluiu para o desenvolvimento de novos materiais para discos compactos multimídia, como CDs e DVDs: os calcogenetos. Um dos objetivos é produzir DVDs que possam ser gravados e regravados em câmaras portáteis de vídeo digital. O grupo também detectou um fenômeno que possibilita a aplicação desses materiais na fabricação de microlentes da espessura de um fio de cabelo para as áreas de segurança, em microcâmeras, na medicina, em cirurgias invasivas, e na militar, em sistemas para teleguiar mísseis.

H2Ocean
Jairo Viviani (Aquamare)
Moradores de Miami, na Flórida (EUA), poderão a partir de agosto de 2008 entrar em lojas de conveniência da cidade e levar pra casa uma nova garrafa de água mineral, a H2Ocean. Seria apenas mais uma marca no mercado, não fosse por um detalhe: a H2Ocean é feita a partir da água do mar, com aplicação da nanotecnologia. E mais. O processo foi desenvolvido por brasileiros. A H2Ocean nasceu da experiência de dois cientistas, que começaram a desenvolver a tecnologia de controle de minerais em água dessalinizada.

Célula solar DryCell
André Sarto Polo e Neyde Yukie Murakami Iha (USP)
Utilizando corantes naturais extraídos de frutas como amora, jabuticaba e calafate (comum na região da Patagônia, na América do Sul), cientistas do Instituto de Química (IQ) da USP desenvolveram uma nova tecnologia para a produção de células capazes de converter a luz solar em energia elétrica, as chamadas Dye-cells® - células solares de camada delgada.

Nanopeneiras Poliméricas
Luis Gutierrez-Rivera (Unicamp)
Pesquisadores da Unicamp acabam de desenvolver nanopeneiras poliméricas, com aplicações principalmente em processos biológicos, que prometem ser alternativa bem mais eficaz do que as membranas de microfiltração disponíveis no mercado. São materiais biocompatíveis e biodegradáveis de uso potencial, por exemplo, em cápsulas implantadas no corpo humano para a liberação controlada de medicamentos

Pomada anestésica
Incrementha PD&I
A Incrementha PD&I anunciou o lançamento do primeiro nanofármaco desenvolvido no Brasil. O produto, uma pomada anestésica de uso tópico, tem como objetivo substituir anestesias injetáveis quando da execução de pequenas cirurgias na pele. A expectativa é que o anestésico passe a ser vendido comercialmente em 2008. O medicamento, desenvolvido com o suporte da nanotecnologia, foi concebido em conjunto com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), por meio de uma parceria que contou com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).

Detecção de febre aftosa
Valtencir Zucolotto (USP, UFPR)
Utilizando biossensores compostos por proteínas e nanopartículas, pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram um método inovador para detectar, em bovinos, o anticorpo da febre aftosa em animais. O detector está sendo desenvolvido no Laboratório de Nanomedicina e Nanotoxicidade do Grupo de Biofísica do IFSC, coordenado pelo professor Valtencir Zucolotto. O projeto teve participação de Sérgio Mascarenhas e Gustavo Frigieri, do Instituto de Estudos Avançados do IFSC, e Bonald Figueiredo, da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Lentes anti-ofuscantes
Peter William de Oliveira
O físico brasileiro Peter William de Oliveira recebeu em 2002 o Prêmio do Fórum de Nanotecnologia de Berlim, financiado pela Dynamit Nobel. Oliveira detém 15 patentes na área de materiais óticos. Com as invenções de Oliveira será possível construir óculos capazes, por exemplo, de impedir que motoristas tenham visão ofuscada à noite pelos faróis de carros que seguem em sentido contrário.

Construção de nano fios de ouro
Alberto Fazzio (IF/USP)
O trabalho de um grupo brasileiro foi publicado com destaque em uma das mais importantes revistas científicas da atualidade, a Physical Review Letters, nos Estados Unidos. Eles identificaram problemas básicos na construção de fios elétricos de ouro com apenas um átomo de espessura (ou seja, 0,4 nanômetro). O estudo ganhou destaque porque o ouro é um metal estratégico da próxima geração de computadores. Como reage pouco com outros elementos, é um metal muito bem comportado e estável, ideal para a fabricação das peças básicas de um computador.

Balança Nanométrica
Oleg Krasilnikov (UFPE)
Um grupo de cientistas brasileiros e norte-americanos desenvolveu uma nova técnica, que emprega uma membrana ultrafina com um único poro em escala nanométrica, para detectar e classificar com precisão diferentes moléculas biológicas. A invenção, publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas), poderá ser útil para a criação de sensores multianalíticos com inúmeras aplicações.

Membrana para dessanilização da água
Roberto Bentes de Carvalho (PEQ/COPPE)
O pesquisador Roberto Bentes de Carvalho, recebeu na dia 27 de marçod de 2008, o Prêmio Nacional de Pós-graduação da Associação Brasileira de Engenharia Química (ABEQ) e Brasken. Roberto conquistou o primeiro lugar, na categoria doutorado, com uma pesquisa inovadora, que torna mais eficiente e barata a produção de membranas usadas na dessanilização da água.

Célula solar à base de rutênio
Hiroshi Hiroshi Toma (USP)
No Instituto de Química (IQ) da USP, o pesquisador Sérgio Hiroshi Toma construiu aglomerados de moléculas, átomo por átomo, demonstrando uma das principais técnicas da nanotecnologia, que é a chamada fabricação "de baixo para cima", em que as estruturas são fabricadas usando átomos ou moléculas individuais.Em sua pesquisa, Hiroshi desenvolveu uma célula fotoeletroquímica - um dispositivo que converte luz em eletricidade - com os aglomerados de rutênio. O diferencial em relação às outras células solares é a sua eficiência de 80%: a cada 100 mil fótons (partículas de luz) que incidem sobre a placa, 80 mil elétrons são liberados.

Sensor de sulfito
Henrique Toma (USP)
No protótipo desenvolvido em colaboração com Lúcio Angnes, do IQ-USP, o filme de porfirina criado por Toma, para servir de sensor de sulfito em vinhos, reveste um tubinho ligado a um eletrodo. Quando o vinho entra em contato com o sensor ao escorrer pelo tubo, o eletrodo acusa uma corrente elétrica, por meio da qual, indiretamente, se consegue saber qual a quantidade de sulfito na bebida – quanto mais sulfito, maior a corrente elétrica.

Vacina de DNA
José Maciel Rodrigues (UFMG)
A eficácia das vacinas de DNA pode ser otimizada se o material genético for revestido por microesferas biodegradáveis que protegem-no e liberam-no de forma gradual nas células do organismo vacinado. O procedimento, desenvolvido pela equipe do professor José Maciel Rodrigues Jr., da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), já foi testado com sucesso em ratos

Suporte para bagageiro
Plásticos Mueller
O suporte de bagageiro feito à base de nanocompósito utiliza nanoargila no lugar das tradicionais fibras de vidra. esse material é cerca de 30% mais leve, tem menor custo, alta resistência mecânica e pode ser trabalhado convenientemente com a tecnologia da indústria de plásticos e é reciclável.

Dosímetro de Ultra violeta
Cristiana Gonçalves Gameiro (UFPE)
No presente trabalho foi desenvolvido um novo produto, um nanofilme molecular, com propriedades fotônicas, que deu origem a um dispositivo de dosimetria de radiação UV caracterizado pelo ineditismo, bem como pela seletividade, sensibilidade e portabilidade. A parte ativa do dosímetro, denominado Nanodosímetro Molecular , é constituída de  um nanofilme de complexo luminescente

Revestimento antibacteriano para potes cerâmicos
Roberto Hottinger (USP)
Como revestimento antibacteriano na face interna dos potes, talhas e moringas de cerâmica, a prata coloidal salvou milhões de vida no Brasil e no mundo. Essa técnica, denominada processo Salus de esterilização da água, foi introduzida por  Robert Hottinger, professor de bioquímica da antiga Escola Politécnica, que atualmente faz parte da USP, nas décadas de 1910 e 1920,  muito antes que o mundo soubesse o que é nanotecnologia. A USP vem aprimorando ainda mais esse processo, incorporando a prata a membranas de plástico (polímero). É curioso o fato que o revestimento criado por Hottinger acabou em desuso nas últimas décadas, provavelmente porque  muita gente se recusava a comprar os potes e moringas de barro revestidos a tinta de prata coloidal, por achá-los  feios devido à sua cor interna preta.

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